29.4.12

CAP. 30 - UMA VISITA INESPERADA


Trancada em meu quarto por dois dias, fui surpreendida pelas batidas de Vivian:

- Amiga, abre a porta! Você não pode ficar trancada o resto da vida dentro do quarto!

Levantei-me sem muito ânimo e abri a porta. Vivi irrompeu no quarto me dando um abraço apertado. Sem conseguir me conter mais, deixei que as lágrimas lavassem meu rosto. Minha amiga me confortava:

- Chora amiga! Tira esse sufoco de dentro do seu peito!

- Eu sonhei tanto com esse momento, mas agora eu não sei o que fazer! Que situação! Eu não quero ser irmã do Arthur! Como vai ser ter que terminar com ele para ser registrada ???

- Você não é obrigada a terminar com seu namorado e nem é obrigada a aceitar um nome que na verdade nunca fez falta e nunca te atrapalhou em nada na vida!

Estaquei surpresa ao ouvir a voz tão querida. Seria possível ?? Virei-me em direção da porta e soltei um grito de alegria ao ver diante de mim a minha amada vó Geni.

Estendendo os braços para mim, ela perguntou:

- Não ganho um abraço ???

Corri de encontro ao seu abraço e cobri-a de beijos. Que saudade eu sentia da minha vozinha!!

Sem atinar com o fato de que ela já deveria estar ciente de todos os fatos que andavam acontecendo eu perguntei:

- Vó, a senhora viu que tempestade desabou na minha vida ???

Olhando-me com profundo carinho, vó Geni me respondeu:

- Minha querida, estou sabendo de tudo e imaginei sua reação ao saber dos fatos! E por isso resolvi vir até aqui para apoiá-la neste momento!

- Vó, eu não sei o que fazer... em um dado momento, tudo estava lindo e maravilhoso e em outro, passou um furacão tirando tudo no lugar, e agora eu não sei mais qual era a ordem antiga e muito menos a ordem nova das coisas!

14.4.12

CAP. 29 – ENFIM... MEU PAI!

Esperei tanto tempo para encontrar meu pai, que agora que o fiz, não sei como reagir... as pessoas me olham e esperam a resposta à pergunta de meu pai: “você é capaz  de me perdoar ??”... sem conseguir articular palavra, apenas deixei que as lágrimas há tanto tempo represadas lavassem meu rosto.

Sempre achei que no dia em que conhecesse meu pai, eu pularia em seus braços, lhe daria um beijo estalado e diria o quanto senti sua falta em minha vida... mas agora... eu tinha meu pai bem diante dos meus olhos, bem ao alcance de minhas mãos, eu não sabia o que fazer... alegria, desprezo, raiva, tristeza e emoção se misturavam dentro de mim.

Minha mãe se aproximou de mim, no que foi acompanhada por dona Janete, dizendo:

- Filha, pelo amor de Deus, diga alguma coisa! Ouça o conselho que a vó Geni sempre te deu!

Acompanhando minha mãe, dona Janete acrescentou:

- Minha querida, perdoe seu pai! Perdoe a mim também! Pelo amor que eu sei que você sente pelo Arthur, perdoe a todos nós!!! Reconhecemos que colaboramos muito para o sofrimento que você carregou ao longo de sua vida! Também eu fui vítima das mentiras de seu pai, mas fui capaz de perdoar! E se não fomos atrás de vocês, foi porque dona Geni tirou vocês da região onde morávamos e não conseguimos localizá-las! Sempre tive medo de que um dia você e o Lucas se encontrassem e se apaixonassem! Felizmente isso aconteceu com você e o Arthur que não são parentes, embora irão se tornar irmãos quando seu pai registrar você!

De repente eu me dei conta de uma situação difícil, eu não poderia namorar o meu irmão, ainda que eu soubesse que não éramos nem mesmo primos, um documento nos separaria para sempre. Tomei, então, uma decisão rapidamente, sem nem mesmo consultar minha mãe, afinal, era a minha vida e a minha felicidade que estava em jogo:

- Eu não quero!!!

Sem entender aonde eu queria chegar, Tuy me perguntou surpreso:

- O que você não quer Deia ??
- Eu não quero ser registrada no nome do nosso pai! Isso nos separaria para sempre, pois como sua mãe mesmo disse, com o meu registro, nós seremos irmãos, e irmãos não podem namorar!

Meu lindo também se deu conta da situação e nos abraçamos chorando.

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5.4.12

CAP. 28 – CADÊ MINHA MÃE ?

As descobertas pareciam não ter fim... a cada palavra, uma nova descoberta, uma nova surpresa... sem conseguir me conter, incentivei dona Janete a continuar. Ela tomou um gole de água como que adquirindo novo ânimo e prosseguiu:

- Seu batizado foi um dia de alegria para nós! Sua madrinha ficou radiante por poder continuar perto e contribuir em sua educação, ainda que morando em outra cidade!

Tuy levantou a cabeça e fez a pergunta que todos queriam fazer, mas não se atreviam:

- E cadê a minha mãe ? Por que vocês nunca me contaram dela ?

- Sua mãe permanece em coma, embora segundo a junta médica, ela tenha apresentado alguns movimentos, que são involuntários! Meu filho, nós o criamos e registramos como nosso filho, pois seu pai entregou você aos cuidados do juizado da infância e do conselho tutelar! E como entraríamos num assunto tão delicado ? Mas se for de sua vontade, levaremos você até o hospital para conhecer sua mãe!

- Em que hospital ela está ??? Faz tempo que a minha mãe está internada aqui ?

- Depois que oficializamos sua adoção, assumimos o tratamento da Sandra! Ela está internada numa clínica particular, com todos os recursos necessários para que ela possa ser bem assistida!

Levantando do sofá lentamente, Arthur se aproximou dos pais:

- Pai, mãe! Obrigado por terem me dado um lar! Não vou mentir e dizer que tudo isso é natural porque não é! Mas... mãe... a senhora citou que estava no final de uma gravidez quando me adotou.. como pode ser se o Lucas é mais novo do que eu ?

Passando as mãos nervosamente pelos cabelos, dona Janete respondeu:

- Seu irmão, que teria o nome de André, não chegou a nascer! Eu tive uma eclampsia e quase morri junto com o bebê! Depois que perdi esse filho, o médico disse que eu deveria esperar dois anos para engravidar novamente, mas sem que planejássemos, veio o Lucas!

Entrando na conversa, seu Daniel continuou:

- A gravidez foi de risco praticamente os nove meses, e, durante o parto, houveram complicações e o Lucas nasceu com alguns problemas respiratórios, que ainda o incomodam até hoje!

E estendendo os braços para os dois filhos, continuou:

- Mas apesar dos meus erros, Deus me fez feliz com dois rapazes lindos!!! E agora tenho a oportunidade de me retratar de uma falta grave do meu passado! E olhando para mim, ele perguntou:

- Andreia, você é capaz de me perdoar ?




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4.4.12

CAP. 27 – DESCOBERTAS IMPENSÁVEIS

Afundado no sofá, Tuy não conseguia proferir palavra sobre tudo que estávamos ouvindo. Seria crível que tudo aquilo era a realidade das nossas vidas ????? Meu Deus, tudo mudaria de repente, trazendo um oceano de novidades que exigiriam de nós profundas mudanças diante desse “mundo novo” que se descortinava diante de nossos olhos.

Olhando para a mãe e tendo minhas mãos entre as suas, meu querido pediu para que a mãe continuasse. Sentando-se mais perto de nós, dona Janete continuou:
- Ao chegarmos em I***, Marcela nos aguardava na entrada do hospital:
- Olá!!! Eu sou Marcela, a vizinha do Carlos Augusto e da Sandra! Sendo tão parecido, o senhor só pode ser o irmão dele!

Apertando  a mão que lhe era estendida, Daniel respondeu:

- Sim, sou irmão gêmeo dele! O que aconteceu com a Sandra ??? O Carlos Augusto não nos dá notícias já faz um tempo e nós nem sabíamos que ela estava grávida!

- Eu sei! A Sandra me contava os problemas entre vocês! Só os procurei porque era preciso cumprir as formalidades da lei, senão eu já teria dado entrada no processo de adoção do Arthur!

Sem entender muito aonde Marcela queria chegar, seu pai perguntou:

- Desculpe senhora Marcela, mas não estou entendendo... a senhora disse que deseja adotar o meu sobrinho ? Como... por quê ????

Olhando entristecida para seu pai, sua madrinha continuou:

- O Carlos sumiu e todos os esforços para encontrá-lo foram em vão! Ele apenas me deu autorização por escrito para entregar o menino para o Conselho Tutelar ou para o Juizado de menores! Mas ele é tão lindo e a Sandra queria tanto esse filho que eu não tive coragem de fazer isso e pedi na justiça a guarda temporária para posterior adoção, caso vocês não queiram o menino!

Entendendo a extensão do problema que se apresentava diante de nós, eu e seu pai nos vimos diante de uma decisão difícil de ser tomada, pois eu estava grávida do Luciano. Tomando o lugar de seu pai no diálogo, eu ainda questionei Marcela:

- E a Sandra, como está ?

Deixando que as lágrimas lavassem seu rosto, sua madrinha me respondeu:

- Está em coma! Aquele bruto do Carlos foi de uma selvageria sem tamanho! E eu não vou entregar a criança em orfanato nenhum! Tenho que cumprir a lei e saber se vocês tem interesse de ficar com o menino, mas se não puderem ou não quiserem, terão que assinar o documento abrindo mão da guarda dele!

Fiquei chocada com tudo que ouvira, mas tocando meu ventre, com quase oito meses de gestação, senti um forte impulso dentro de mim e sem consultar seu pai, eu decidi que ficaria com você. Seu pai concordou com minha decisão e juntos decidimos que Marcela seria sua madrinha, pois era justo que a pessoa que salvou sua vida e deu assistência para sua mãe, viesse a ser de alguma forma uma segunda mãe para você.

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2.4.12

CAP. 26 - VERDADES VINDO Á TONA...

Dona Janete continuou sua narrativa:

- Como você sabe, o irmão gêmeo de seu pai, é um tanto estranho... no passado, ele se apaixonou por uma moça mais velha do que ele e logo se casaram! Porém, seu  pai biológico não queria ter filhos, mas a Sandra, esposa dele, sua mãe, era louca por crianças e tanto fez que conseguiu engravidar! Porém, seu pai, o Carlos Augusto, ficou louco de raiva!

Tomando coragem perguntei:

- Por que dona Janete ?

- Porque ele não queria que ela cuidasse de outra pessoa além dele e não queria que ela engordasse, queria que ela mantivesse o corpo sempre bem feito!

Nesta altura, Lucas já se encontrava ao lado de Tuy para lhe transmitir forças, porque eu mesma já não me sentia tão forte, precisando mesmo estender a mão chamando Vivi para ficar ao meu lado.

Dando sequência ao seu relato, dona Janete prosseguiu:

- Sandra teve uma gravidez conturbada, Carlos não lhe dava paz um instante e já no fim da gestação, em meio a uma briga, sua mãe sofreu uma queda e segundo relatos dos vizinhos, veio a bater a barriga no chão. Sua mãe foi socorrida e levada para um hospital, onde tiveram que fazer o parto.

De cabeça baixa, Tuy perguntou:

- E o que aconteceu depois ?

- Sua mãe sofreu complicações e se encontra em coma até hoje! Seu pai não quis saber de você e o entregou ao Conselho Tutelar. Marcela, que era vizinha de seus pais, conseguiu sua guarda temporária até localizar os familiares, e, em caso de não sermos encontrados, ela entraria com pedido de adoção!

 Eu mal podia acreditar no que ouvia... a história de Tuy era ainda mais triste que a minha, com a diferença que ele nunca soubera a verdade... querendo saber mais, incentivei dona Janete a continuar:

- E o que aconteceu depois ?

- Marcela, que hoje é sua madrinha, tinha uma filha de um ano, a Cris, que você chama de priminha, ela ainda amamentava e doou o leite materno para que você pudesse ser alimentado! Durante o período em que você ficou na incubadora, ela conseguiu, com a ajuda da justiça, localizar a nós, que imediatamente viajamos para I*** para tomarmos ciência da situação.

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