Olhei
aquele casal que até agora eram tão estranhos e ao mesmo tempo tão íntimos para
mim. Minha mãe não teve iniciativa e permaneceu parada no portão, ao passo que
eu também não conseguia articular palavra e limitei-me a abraçar-me a ela.
Vivi,
sem saber o que fazer, segurou no braço de vó Geni sem saber o que fazer diante
de uma situação que nem ela, com tanta descontração, era capaz de dominar.
Vó
Geni foi quem quebrou o gelo e tomou a iniciativa:
-
Como vai Dora ? Como vai Renato ?
Minha
verdadeira avó estava trêmula e aproximou-se de nós:
-
Geni... você as trouxe mesmo ?? Essa moça é realmente minha neta ?
Aproximando-se
de mim, minha avó biológica tocou em meu rosto e em meu cabelo.
-
Meu Deus!!! Quando te vi, você era uma bebê tão pequenina!!! Era um anjinho!!!
Sem
conseguir se conter mais, ela me abraçou e permitiu que o pranto rolasse em
suas faces. Eu sempre imaginei que no dia em que isso viesse a acontecer, eu me
desmancharia em lágrimas, mas a realidade, ali, bem diante de mim, estava sendo
bem diferente... eu não conseguia me emocionar... estranhamente, aquela mulher
não tinha nenhum valor sentimental.
Meu
avô se aproximou de minha mãe, apoiando-se numa bengala:
-
Cristina... filha...
Mamãe
permaneceu parada, parecendo petrificada. Achei que também ela se derramaria em
lágrimas, mas vendo seu comportamento, não consegui prever que tipo de
sentimentos e reações poderiam se desencadear.
Meu
avô biológico abraçou-a mas minha mãe foi fria, indiferente.
Mais
uma vez foi vó Geni que veio em nosso socorro.
-
Dora querida, estamos cansadas! Podemos entrar ? Lá dentro conversaremos
melhor!
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