21.3.10

CAP. 11 - DESCOBERTA DO AMOR...

Saímos do cinema e nos dirigimos para um parque chamado Horto, repleto de vegetações diversas. Ao chegarmos lá, fiquei encantada com uma pracinha que ficava no meio de um grande chafariz, que me fazia pensar em algo romântico.

Tuy percebendo meu encanto pelo lugar, convidou-me:

- Vamos sentar ali ?

Antes que eu pudesse responder, Vivian interrompeu:la

- Gente, vocês não vão ficar sentados ai né ? Tenham dó!

Olhei feio para Vivian e ela deve ter percebido a mensagem oculta, pois disse:

- Ta legal gente!!! Já vamos sumir daqui!!! Vamos honey ????

E sem esperar resposta de Lucas dirigiram-se para a rampa que daria acesso ao outro lado do parque.

Ficamos a sós finalmente e sentindo borboletas voarem no meu estômago, deixei que Tuy tocasse minhas faces enquanto dizia:

- Déia, você é tão linda! Eu nunca gostei de beijar uma menina logo de cara, mas com você tudo é tão diferente! É como se uma força me impelisse até você!

Senti que minhas faces ruborizaram ao ouvir suas palavras e intimamente desejei que ele não falasse tanto, mas me abraçasse e me deixasse agasalhada em seus braços eternamente.

Estava perdida nesses pensamentos quando a voz de Tuy me trouxe de volta à realidade:

- Déia, você ficou quieta... fala alguma coisa! Está me deixando inquieto com seu silêncio!

Tomando coragem, abracei aquele garoto lindo que estava diante de mim e disse baixinho para que só ele ouvisse:

- Arthur, eu não sei te dizer tudo o que se passa em meu coração, mas se for amor, eu quero que seja eterno... pelo menos enquanto durar...

Tuy me calou com um selinho e me disse:

- Para mim, será eterno! Nunca duvide disso!

E selando o que me disse, me beijou tendo como cenário, os últimos raios de sol que incidiam sobre nós como se abençoasse nosso sentimento.

17.3.10

CAP. 10 - LUA NOVA... LITERALMENTE...

No escurinho do cinema eu podia sentir minhas mãos suando frio ao sentir a aproximação de Arthur, era estranho desejar que ele estivesse ainda mais próximo, nunca tinha sentido nada semelhante por ninguém.


O filme contava a estória de dois jovens que viviam uma estranha e linda estória de amor, pois pertencentes a mundos diferentes, eles precisavam superar as diferenças em nome de um amor sublime e aterrorizante, e era assim que me sentia em relação a Arthur... algo sublime me ligava a ele, mas ao mesmo tempo era aterrorizante não conseguir definir o que sentia sentada ali, ao lado dele... tudo era tão recente...


Vivian, sentada perto de mim, praticamente não assistia ao filme, ocupada em estudar a biologia da boca de Lucas. Senti-me impelida a me aproximar de Tuy que me abraçou e passou a alisar meu cabelo. A mão que estava livre logo procurou a minha e num piscar de olhos nossos dedos se entrelaçavam no exato momento em que a protagonista chegava na cidade italiana e salvava seu amado da morte certa que receberia ao se expor ao sol.

Daí em diante eu não vi mais nada, pois tudo que eu via à minha frente, era a boca de Tuy se unindo à minha num encaixe perfeito, como se nossos lábios já se conhecessem e se quisessem mutuamente.


Suas mãos tocavam meu rosto num toque gostoso e eu só desejava ardentemente que aquele momento não acabasse nunca mais. Teríamos ficado assim o resto da vida se Vivian não tivesse novamente atrapalhado com sua tagarelice:


- Opaa!!!! Desgruda ai minha gente que o filme já acabou!!


Senti os olhos de Tuy fuzilarem Vivian ao dizer:


- Cunhada, da próxima vez juro que te esgano se me atrapalhar novamente!


Vivian deu risada e respondeu:


- Ai cunhado! Cala a boca e não enche o saco! Vamos tirar fotos!


Saímos pra tirar fotos, embora Tuy tenha ficado furioso com o jeito atrevido de Vivian.



5.3.10

CAP. 9 - ESTRANHO SENTIMENTO

Pele gelada, mãos que tremem e não conseguem ficar firmes... o vem a ser isso afinal de contas ??

Nunca me arrumei tão rápido na vida! Vivian me apressava e minha mãe zombava:

- Então a minha garotinha vai sair com um gatinho ??? Meu Deus, eu estou ficando velha!!!

Olhei para minha mãe e me perguntei em que outro lugar do mundo uma mãe poderia achar normal que a filha fosse ao cinema tendo um rapaz por companhia, mas aquela era minha mãe... apesar de tudo que sofreu ainda encontrava motivos para sorrir e ser feliz.

Ignorando o sarrinho da dona Cris, continuei a analisar meu tomara-que-caia vermelho que deveria estar devidamente combinado com a minha calça de cós baixo preta. Vivian impaciente disse:

- Chega Déia! Já está linda, glamurosa, maravilhosa! Agora vamos embora, senão daqui dez anos ainda estaremos aqui!

Rindo da impaciência de minha amiga, minha mãe respondeu:

- Também acho! Anda logo dona Déia! Senão o gatinho vai sair correndo!

Sem ter mais como retardar a saída, passei meu Gabriela Sabatini e saímos. Ao chegarmos ao cinema, Tuy e Lucas já nos esperavam e senti borboletas voarem no meu estômago ao me deparar com o rapaz que há poucas horas eu havia conhecido.

Tuy era o típico rapaz de fazer qualquer uma parar de boca aberta. Alto, de pele branquinha, olhos esverdeados e cabelo castanho claro cortado curtinho e raspadinho na nuca, era o charme em pessoa.

Lucas e Vivian mal se aproximaram e já foram se beijando deixando-nos numa situação bem constrangedora. Abaixei a cabeça tentando encontrar palavras, mas parece que ele leu meus pensamentos e disse:

- Enquanto eles tentam se engolir a gente podia ir comprar os ingressos e de repente tomar uma coca-cola se você quiser!

- Agradeço e aceito! Não é bom ficar segurando vela!

Devo ter gaguejado mais que motor de carro velho mas acho que consegui ser compreendida, pois logo senti sua mão segurar a minha e desejei que não soltasse por nada neste mundo.

Já estávamos comprando nossos ingressos quando Vivian e Lucas nos alcançaram reclamando:

- Poxa!!! Mais um pouco e vocês nos deixariam para trás!

Tuy me abraçou e respondeu rindo:

- Quem mandou vocês ficarem na tentativa de se engolirem um ao outro ? Nosso tempo é precioso!

E olhando para mim continuou:

- Déia, você está gelada! O que foi, está com frio neste calor ?

Vivian respondeu em meu lugar com suas eternas piadinhas:

- Esquenta ela cunhado!!!

Olhei para Vivian sentindo um desespero crescer dentro de mim e respondi:

- Vivian!!!

Minha amiga riu e continuou:

- Ok ok!!! Não está mais aqui quem falou!!! Mas se eu fosse você eu não deixava meu cunhado escapar!

Tuy me socorreu:

- Déia, quando a Vivi abre a torneirinha de besteirol não tem quem feche! Vamos entrar para assistir o filme que a gente ganha mais!

Entramos na sala e nos sentamos lado a lado.